“Nós tivemos um entendimento muito bom na Câmara e penso que vai ser a mesma coisa no Senado, talvez com um pouco mais de dificuldade, mas eu tenho certeza que nós vamos aprovar a reforma tributária”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta sexta-feira (12/7), durante o 19° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo. Leia também:
Projeto de Lei complementar que simplifica sistema tributário agora vai ao Senado Na ocasião, Haddad comentou sobre as exceções incluídas pela Câmara no texto, que segue agora para discussão e votação no Senado.
“Toda exceção, de certa maneira, acaba prejudicando a reforma tributária porque a alíquota padrão vai subindo.
Nós temos três formas de diminuir a alíquota, uma é não ter exceção, a segunda é combater a sonegação e a terceira é aumentar o imposto sobre a renda”, explicou o ministro.
“Você manda um projeto coerente com essas três estratégias.
Mas você sabe que o Brasil é um país patrimonialista.
Os grupos de interesse se apossam do Estado brasileiro, desde o fim do Império é assim.
O papel do poder público é ir blindando o Estado brasileiro, e a reforma tributária é um grande salto antipatrimonialista”, afirmou. Leia também: Fazenda reconhece o empenho da Câmara na regulamentação da Reforma Tributária “Não tem bala de prata na economia”
Durante a sabatina, o ministro da Fazenda falou sobre o equilíbrio fiscal e reforçou o compromisso do governo com o tema para garantir o crescimento do País, apesar das dificuldades encontradas nos últimos anos.
“O Brasil, do ponto de vista fiscal, viveu duas pandemias.
A pandemia propriamente dita [da covid-19] e a eleição de 2022, que teve calote.
Passaram a mão no dinheiro dos governadores e abriram os cofres do Tesouro para distribuir benefícios em época eleitoral.
É uma confusão fiscal que nós vamos ter que ter paciência para pôr em ordem”, pontuou. “Eu não acredito que a expansão fiscal, neste momento, seja boa para o Brasil.
Ao contrário, eu penso que se nós fizermos uma contenção desse período de 10 anos, nós temos espaço na política monetária de corte de juros para promover um desenvolvimento sustentável, para o investimento privado aumentar.
O objetivo de equilíbrio das contas é o que vai fazer o juro cair e o Brasil crescer”, reforçou Haddad.
“Não tem bala de prata na economia.
'Se eu fizer isso, dá tudo certo'.
Você tem que ter um plano de desenvolvimento associado a isso.
E aí vai colher os frutos”, completou.
FMI Nesta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou, de 2% para 2,5% ao ano, a previsão de crescimento de médio prazo para a economia brasileira.
“Os economistas falavam que o PIB potencial do Brasil era 1,5%.
Isso quando o presidente Lula tomou posse.
E nós falamos: ‘não é verdade isso, nós vamos mostrar que não é verdade’. O FMI hoje aumentou no relatório deles o PIB potencial do Brasil de 2 para 2,5%.
É o FMI. Está dizendo que o PIB potencial do Brasil é meio ponto por cento a mais”, reforçou Haddad. “Tem muito empresário no Brasil sério, a maioria, que está notando que as coisas estão acontecendo, querem investir no País, querem acreditar e impulsionar o Brasil”, acrescentou.
O 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo está sendo realizado de 11 a 14 de julho, em São Paulo, no campus da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
O evento é uma realização da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).