Lorenzo Somaschini morreu nesta segunda-feira (17), aos 9 anos. O argentino não resistiu aos ferimentos sofridos em um acidente durante um treino para a Honda Júnior Cup, categoria de base que faz parte do Superbike Brasil, na última sexta-feira (14), em Interlagos.
Natural de Rosário, na Argentina, Somaschini se acidentou na saída do Pinheirinho durante o primeiro treino livre da categoria apoiada pela Honda. O campeonato, porém, não forneceu detalhes do acidente.
Em nota divulgada no fim desta noite, a organização do Superbike Brasil confirmou a morte do jovem piloto.
Segunda-feira, 17 de junho de 2024 – 23h00. O SuperBike Brasil comunica, com muita tristeza e pesar, o falecimento do piloto Lorenzo Somaschini nesta segunda-feira (17/6), às 19h43. O argentino, natural de Rosário, estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP), sob cuidados médicos intensivos e, infelizmente, não resistiu.
A organização do SuperBike Brasil está prestando total assistência à família do piloto desde sexta-feira (14/6), quando o argentino teve uma queda durante o primeiro treino livre da Jr Cup, válido pela 4ª etapa do SuperBike Brasil, no Autódromo de Interlagos. Logo que caiu na saída do Pinheirinho, o piloto foi prontamente atendido no local pela equipe médica em ambulância UTI. Na sequência, foi encaminhado para a sala de emergência do autódromo, onde houve a estabilização do seu quadro clínico. Após esse procedimento, foi realizada a remoção médica, em unidade de suporte avançada (UTI móvel) para o Hospital Geral da Pedreira, onde permaneceu até a madrugada de sábado (15/6), seguindo todos os protocolos médicos até ser feita a transferência para o Hospital Albert Einstein.
odos da equipe do SuperBike Brasil estão consternados com o acontecimento e manifestam sinceros sentimentos a todos familiares e amigos de Lorenzo."
Empresário e instrutor de Lorenzo, o também piloto Diego Pierluigi se despediu do jovem competidor pelas redes sociais.
- Com meu coração partido e minha alma desfeita, preciso me despedir de você. Vou sentir sua falta, ‘Lolito’. Obrigado por me deixar ser parte de seu sonho. Descanse em paz, campeão - disse Pierluigi.
Em entrevista à rádio argentina "LA100", Pierluigi deu detalhes da dinâmica do acidente que vitimou Somaschini.
- Lolo estava na segunda volta quando sofreu a queda na curva mais lenta do circuito. Foi uma união de muitas coisas. Sofreu um highside, quando a moto se cruza, trava e ejeta o piloto. A queda foi muito lenta, mas ele bateu a cabeça em uma posição que hoje o coloca lutando pela vida. A verdade é que foi um azar porque temos todas as medidas de segurança. Existem muitos protocolos para seguir e evitar riscos. Estamos comovidos porque uma queda dessas, nessa curva e velocidade, não é forte - afirmou.
O instrutor ainda afirmou que a moto usada na Honda Jr Cup possui 160 cilindradas e alcança velocidade máxima de 120 km/h, mas que o jovem piloto estava a 40 km/h no momento do acidente.
Nascido em 17 de julho de 2014, em Rosário, Somaschini viu a paixão pelas duas rodas começar aos três anos, quando ganhou uma minimoto do pai. Pouco tempo depois, começou a treinar na escolha de Diego Pierluigi — piloto argentino que também já correu no Superbike Brasil.
A estreia em competições oficiais foi em 2024, na Júnior Cup do Suberbike Argentina, no dia 14 de abril. Dois meses depois de iniciar a jornada, decidiu se aventurar em uma etapa no Brasil, mas uma forte queda durante treino em Interlagos interrompeu a breve carreira.
Em entrevista para a revista argentina Motores, Somaschini afirmou que o grande sonho da vida era chegar na MotoGP, a classe rainha do Mundial de Motovelocidade.
A morte de Somaschini é sexta de competidores do Superbike Brasil em acidentes em Interlagos nos últimos sete anos: Sérgio dos Santos, em julho de 2017; Rogério Munuera, em junho de 2018; Maurício Paludete, em abril de 2019; Danilo Berto, em maio de 2019; e Matheus Barbosa, em novembro de 2020.
Em maio de 2019, na esteira das mortes de Paludete e Berto, a Prefeitura de São Paulo chegou a suspender as corridas de moto em Interlagos, mas a suspensão não durou muito tempo. A própria Honda chegou a suspender a participação no Superbike Brasil na mesma época, mas voltou após dois meses. A Yamaha deixou o campeonato no mesmo momento, mas jamais retornou.