Sobre anistia, Motta diz defender ‘sensibilidade para corrigir exagero com quem não merece punição’
Publicada em 07/04/25 às 19:34h - 8 visualizações
Estadão
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Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)
BRASÍLIA – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou defender “sensibilidade” com relação a eventual “exagero” nas punições aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, ao comentar as manifestações lideradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no domingo, 6.
As declarações ocorreram na manhã desta segunda-feira, 7, durante evento sobre o atual cenário político brasileiro, realizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
“Eu ainda não falei desde o dia de ontem (domingo), de público, sobre as manifestações.
Primeiro, dizer que eu sou um amante da democracia e acho que toda e qualquer manifestação de qualquer partido é válida, para defender qualquer pauta dentro do Congresso.
Não cabe ao presidente ser censor de pauta”, afirmou Motta.
“Cada partido defende aquilo que entende ser importante.
Não há um tema mais ou menos relevante que a Casa não tenha que se debruçar e enfrentar ao ser trazido por um partido político”, disse.
Motta também afirmou que a obstrução movida pelo partido de Bolsonaro na Câmara é “regimental”, mas disse defender a pacificação política.
“A própria obstrução também é regimental, nós temos que respeitar, é um instrumento do Legislativo.
E, de certa forma, o que penso é que temos que, para este momento que o Brasil vive, defender a pacificação nacional. O Brasil precisa dessa pacificação.”
Ele prosseguiu: “Não é desequilibrando, não é aumentando a crise, que vamos resolver o problema.
Não é distanciando as instituições que nós vamos encontrar a saída para este momento delicado e difícil que o Brasil enfrenta”.
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Na sequência, mencionou o que chamou de “sensibilidade” aos presos pelos atos golpistas.
“Então, eu defendo dois pontos para que a gente possa tentar vencer essa agenda. Primeiro, a sensibilidade para corrigir algum exagero que venha acontecendo com relação a quem não merece receber uma punição.
Acho que essa sensibilidade é necessária, ela toca todos nós”, afirmou.
“E (defendo) a responsabilidade de, na solução desse problema, não aumentarmos uma crise institucional que nós estamos vivendo. É por isso que eu conduzirei este tema com a serenidade que ele requer”, completou.
Estavam presentes no evento integrantes do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), como os secretários Gilberto Kassab (Relações Institucionais), Samuel Kinoshita (Fazenda) e Guilherme Afif Domingos (Projetos Estratégicos).
Também compareceram o líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), e o deputado Danilo Forte (União-CE).
O Placar da Anistia, elaborado pelo Estadão, mostra que 197 deputados são a favor do projeto para perdão dos condenados pelo 8 de Janeiro.
Até o momento, 431 dos 513 deputados responderam ao levantamento.
No ato no domingo, bolsonaristas criticaram a atuação de Motta no caso.
A menção mais dura feita ao deputado partiu do pastor Silas Malafaia, um dos principais organizadores da manifestação.
O líder evangélico disse que o presidente da Câmara está “envergonhando o honrado povo da Paraíba” ao não se empenhar no andamento do projeto.
Para o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), o teor das críticas feitas ao presidente da Casa deve sepultar planos de que um projeto de anistia vá à pauta de votações em plenário.
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